Explosão de homicídio
Falta planejamento para as instituições policiais
Primeiro plano estratégico está sendo elaborado por empresa financiada por grupo de empresários que colaboram com poder público
Apesar de estar enfrentando uma onda de violência sem precedentes, com o avanço considerável de crimes como homicídio, latrocínio e roubo, as instituições policiais ainda não dispõem de um planejamento estratégico das ações. O primeiro plano desta natureza para as Polícias Civil e Militar está sendo elaborado pela empresa Brains Torming e financiado pelo Movimento Brasil Competitivo, um grupo de empresários determinados a colaborar com a administração pública para a melhorias de condições de vida no País.
Considerado uma das ferramentos mais modernas em gestão pública, o planejamento estratégico estabelece metas a serem cumpridas pelos órgãos públicos e define indicadores que medem o desempenho das ações. Além de Goiás, o Movimento Brasil Competitivo financia ações em vários Estados e municípios. Em Goiás, o grupo é liderado pelo empresário Pedro Bittar, ex-presidente da Associação Comercial e Industrial de Goiás (Acieg).
O plano estratégico, conforme informações de uma fonte na Polícia Civil, só estará concluído em outubro do ano que vem. Enquanto isso, a instituição, como a Polícia Militar, desenvolve ações, executa projetos e adquire material e equipamentos em caráter emergencial. "Vamos girando a roda", acentua um policial que preferiu não ter o nome divulgado.
A delegada-geral da Polícia Civil, Adriana Accorsi, anunciou que tem como principais metas à frente da instituição o combate à violência à mulher, à criança e ao adolescente; a melhoria das instalações nas delegacias e a contratação de profissionais, com a realização de concurso público ( veja reportagem nesta página ). A Polícia Civil, conforme destacou, dispõe de veículos, armas e munição suficientes para a realização do trabalho de investigação. Entretanto, carece de mais de 2 mil profissionais.
O concurso público para a Polícia Civil, a ser anunciado em breve pelo governo, terá 100 vagas para delegados, 1.074 para agentes e 780 para escrivãos. Este é o contingente de servidores, definido por lei, que a Polícia Civil pode contratar. O déficit de funcionários, entretanto, é significativamente maior.
Associado à falta de profissionais, a Polícia Civil enfrenta problemas relacionados aos imóveis onde estão instaladas as delegacias de polícia e distritos policiais. A maioria funciona em casas alugadas ou em prédios próprios construídos fora dos padrões da instituição.
No ano que vem devem ser construídos prédios padrões para o 5º Distrito Policial (DP) de Goiânia, o 5º DP de Anápolis e uma delegacia em Pirenópolis. Está prevista a criação da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado e da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos.
A Polícia Militar não enfrenta grandes problemas relacionados às instalações físicas, mas atua com déficit de armas, munição e coletes à prova de balas, itens imprescindíveis para o combate ao crime e garantia da segurança ao policial que trabalha na rua. Um representante da instituição declarou que cerca de 70% da tropa faz uso de pistolas. Os demais militares, conforme diz, utilizam o revólver, arma considerada obsoleta para o combate ao crime. O mesmo quantitativo de policiais têm acesso ao colete à prova de balas.
Fonte: Jornal Opopular Ed.30.11.2011
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