O manobrista Santiago Marques Ferreira Junior, 31, teria participado do crime dirigindo o Corsa branco placa KDA 5222, de Junio, usado pelo trio para chegar ao local. O terceiro acusado é o pintor de automóveis Túlio Gundim de Carvalho, 18, que teria atirado para o chão no momento do assalto, para intimidar o namorado de Cecília, o empresário e estudante de Engenharia Eduardo Henrique de Deus, 25.
Segundo o delegado Jorge Moreira, titular da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), na noite do crime os três se encontraram em um posto, nas proximidades da Vila Pedroso, e combinaram que fariam um assalto. Reunidos no Corsa branco de Junio, os três teriam saído à procura de uma vítima, quando avistaram o Montana bege ocupado por Eduardo, na Avenida 4ª Radial, no Setor Pedro Ludovico. “Eles cobiçaram o carro quando viram que estava equipado com rodas especiais e som automotivo”, afirmou Jorge Moreira.
O trio teria seguido Eduardo até a porta da casa de Cecília, onde deram voz de assalto. Naquele momento, a jovem, percebendo a aproximação dos acusados, teria tentado fechar rapidamente o vidro do carro. “A mão de Junio, que empunhava o revólver 38, ficou presa na janela e o disparo foi efetuado, atingindo a cabeça da estudante”, disse o delegado. No mesmo momento, Túlio teria atirado também, para obrigar Eduardo a sair do veículo, repetindo a frase: “Sai vagabundo, sai vagabundo”. Segundo a Polícia Civil, depois dos disparos Túlio assumiu a direção do Montana e Junio sentou-se no banco do passageiro, no colo de Cecília, já ferida.
“Eles disseram que acreditavam que a vítima estivesse apenas desmaiada. Quando perceberam que ela estava sangrando, e que havia muitas pessoas na rua, testemunhando toda a ação, decidiram abandonar o veículo, fugindo no Corsa branco, que continuava sendo dirigido por Santiago, que seguia o Montana”, explicou Moreira.
O delegado afirmou que a Polícia Civil considera este caso totalmente elucidado. “Temos provas técnicas, chamadas telefônicas rastreadas, análises do convívio entre os envolvidos e com base nestes dados podemos afirmar que não existe nenhum vínculo com crime de encomenda por razões passionais”, declarou. Uma das provas técnicas a que o delegado se refere é o resultado da perícia feita no Corsa de Junio, que constatou a presença de sangue humano no freio de mão e no assoalho do carro. A análise que determinará se este sangue é de Cecília ainda será feita.
Os três foram presos na última quinta-feira, com mandado de prisão temporária expedido no dia anterior pelo juiz Marcelo Fleury Curado Dias, da 9ª Vara Criminal de Goiânia. Junio, que segundo a Polícia Civil é mais conhecido como Junin Latrô, numa referência a um latrocínio que ele teria cometido contra um taxista em 2005, no município de Nazário, quando ainda não havia atingido a maioridade, foi preso em uma rua da Vila Pedroso. Túlio, quando saía de seu trabalho, no Alto da Glória, e Santiago quando apresentou-se espontaneamente na Homicídios, na noite de quinta, acompanhado de seu advogado, José Patrício Junior, que também defende Junio e Túlio.
“Vamos aguardar o encerramento do inquérito para pedir revogação da prisão temporária, alegando que os acusados possuem residência fixa e ocupação lícita”, disse o advogado José Patrício.
As duas armas usadas no crime, um revólver 38 e uma pistola, foram apreendidas na casa de Túlio, na Vila Pedroso. De acordo com a Polícia Civil, uma estava jogada no quintal, sem ter sido enterrada, e outra estava dentro da casa.
Acidental
Em seu depoimento, Junio afirmou que é canhoto e que o tiro disparado contra a estudante foi acidental, provocado pela reação dela, fechando o vidro da janela do carro. O delegado Jorge Moreira declarou que a polícia acredita nesta versão. “Se ele tivesse intenção de matar, teria atirado mais vezes”, afirmou. A pena para tentativa de latrocínio varia de 7 a 15 anos.
FONTE: ARMAZÉM GERAL
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